Cheguei a casa, meia luz, Morcheeba na aparelhagem… o dia volvia-se, caminhava com passo acelerado para o recinto, um vez lá dentro, a brisa soprava lentamente, sentiam-se no ar aromas “tabacais” estranhos, pensava “ahh festival”… tinha sede, a longa caminhada até chegar ao destino havia sido longa, tratei do assunto. Dirigi-me para um local estratégico junto ao palco, longe das cabeças mais altas que a minha, passado pouco tempo ouço uma sonoridade que me reporta para o “Who can you trust”, ahhh Morcheeba… Skye entra, a banda entra, ouvem-se as primeiras vocalizações, a voz continua imaculada, a simpatia tocava-se com os dedos, o deslumbramento por uma banda com origens no tempo musical que me define é imenso, o concerto fabuloso, e eis que Skye põe a multidão a olhar a lua com uma voz plena de erotismo, e eis que Skye põe a multidão a fazer diversas ondas dado o seu fascínio pelo mar, e eis que Skye bebe tequilha, e eis que Skye dedica Trigger Hippie aos, como ela definiu, “old school Morcheeba fans”, e eis que a banda põe a multidão a cantar, e eis que o concerto acaba dado o tempo cronometrado pela organização, ficava agora a memória de um concerto simplesmente fantástico… dirijo-me novamente a matar a sede, penso “dinheiro muito bem gasto, dos melhores concertos que vi no Marés-Vivas”, mato a sede, o concerto foi divinal, a genica da banda excepcional… E eis que começa Goldfrapp, a banda com um look à anos 80, e eis que o concerto está a ser poderosíssimo, e eis que olho para o meu lado esquerdo, e eis que vejo a Skye a ver o concerto de Goldfrapp, e eis que vou falar com ela, e eis que falei com ela uns bons 10 minutos (lamento, mas o conteúdo da conversa guardo para mim), e eis que após os beijinhos e o abraço, retorno ao meu local de concerto, e eis que me senti como um puto adolescente, e eis que com a conversa fui perdendo um cadito do concerto, e eis que pensava que estava na altura de ouvir uma música do “Felt mountain”, e eis que o concerto continua cada vez mais poderoso, e eis que o concerto está a ser fenomenal, e eis que se vai ouvindo “obrigado”, e eis que a voz da Alison está melhor do que nunca, e eis que faz-se silêncio, e eis que não há encore, e eis que infelizmente o concerto acaba… Goldfrapp deu um dos concertos mais fortes que já vi até aos dias de hoje, no entanto faltou o “Felt mountain”, dirigi-me novamente ao posto de abastecimento e vim embora, pensei que hoje ouvi duas das vozes que mais me consomem, pela beleza, pela magnificência, pela capacidade inerente de dar um conforto extremo… deixo, para os "old school Morcheeba fans" e restantes leitores, Trigger Hippie...
Foi sem dúvida, uma noite extremamente recomendável…
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