Em noites presenciais perdidas algures na Lisboa negra possante em copos vazios, em gomos de som inaudível, eis que surge o silêncio, eis que surgem fios de cabelo, pontos distantes num espaço cujas condições acústicas revelam lacunas, eis que nesses pequenos pontos a aparência de Depeche Mode ergue ruídos “ecoantes” de uma plateia presente na imanente força de sonoridades recentes de “Wrong”, precedida pelas correntes de “In chains” e consequentes “Ohh yeah” e “Thank you Lisbon”… “Hole to feed” em ecos nocturnos, num conjunto de músicos que a idade perdoa pelas movimentações inerentes de cada vocalização/ movimento… A primeira grande ovação, “Walking in my shoes”, ninguém tropeçou nas passadas melodiosas, apenas no embalar de corpos envolvidos pela genica de quem não pára, na potencia de cada som emitido para receber a “Question of time”, lembro a minha infância, a mota “sidecar” o tempo a passar, a audiência a cantar até a voz doer, dando lugar assim a “Precious”, aquela música que muitos consideram ter um cariz mais pop, cuja letra ressoa em cada um, mais uma ovação… “World in my eyes”, com um palco a abraçar as sonoridades envolventes, para dar lugar à tipologia negra de “Fly on the Windscreen” e para a clamorosa “Sister of night”, Martin permanece em palco, surge a “Home”, uma das que capta a essência dos anos conturbados da banda em meados de 1996, apenas um piano, milhares de atentos espectadores a entoar cada palavra, para a conclusão da música, a plateia continua o seu murmúrio em “Miles away” e a antiguinha “Policy of truth” e uma vez mais o lugar de “Ultra” em “It´s no good” a ocupar as mentes de cada ouvinte, bem como na violência sonora de “In your room”… “I feel you” veio demonstrar que efectivamente alguém nos sente, ou sentiu na permanência da noite e, após o ruído de palmas, seguiu-se um ruído ainda maior com a percepção de “Enjoy the silence” com lugar para umas distorções, para uns solos, para o público entoar as letras, para o público se preparar para um pavilhão inteiro a repetir os gestos de Dave em “Never let me down again”, clamoroso… com a finalização veio o encore e a “One caress” que embora tenha ficado no esquecimento da audiência, “Stripped” acordou as redondezas Lisboetas, mas não tanto como “Behind the Wheel”, mas não tanto como a “Personal Jesus” que culminou um concerto cuja duração remontou para as duas horas, na que foi possivelmente a maior interacção de cada ouvinte… em seguida, o adeus, a chuva, os copos vazios a preceder os cheios, as impressões de cada um… a reter deste magnifico concerto, evidencio as condições acústicas deficitárias do Pavilhão Atlântico, evidencio a forma extraordinária da banda, evidencio um seguimento extremamente interessante com surpresas inesperadas, uma vez que o alinhamento era conhecido, evidencio a qualidade invejável de uma performance imaculada que muitas bandas ambicionam e poucas conseguem… extremamente recomendável para qualquer apreciador de música…
Em noites presenciais perdidas algures na Lisboa negra possante em copos vazios, em gomos de som inaudível, eis que surge o silêncio, eis que surgem fios de cabelo, pontos distantes num espaço cujas condições acústicas revelam lacunas, eis que nesses pequenos pontos a aparência de Depeche Mode ergue ruídos “ecoantes” de uma plateia presente na imanente força de sonoridades recentes de “Wrong”, precedida pelas correntes de “In chains” e consequentes “Ohh yeah” e “Thank you Lisbon”… “Hole to feed” em ecos nocturnos, num conjunto de músicos que a idade perdoa pelas movimentações inerentes de cada vocalização/ movimento… A primeira grande ovação, “Walking in my shoes”, ninguém tropeçou nas passadas melodiosas, apenas no embalar de corpos envolvidos pela genica de quem não pára, na potencia de cada som emitido para receber a “Question of time”, lembro a minha infância, a mota “sidecar” o tempo a passar, a audiência a cantar até a voz doer, dando lugar assim a “Precious”, aquela música que muitos consideram ter um cariz mais pop, cuja letra ressoa em cada um, mais uma ovação… “World in my eyes”, com um palco a abraçar as sonoridades envolventes, para dar lugar à tipologia negra de “Fly on the Windscreen” e para a clamorosa “Sister of night”, Martin permanece em palco, surge a “Home”, uma das que capta a essência dos anos conturbados da banda em meados de 1996, apenas um piano, milhares de atentos espectadores a entoar cada palavra, para a conclusão da música, a plateia continua o seu murmúrio em “Miles away” e a antiguinha “Policy of truth” e uma vez mais o lugar de “Ultra” em “It´s no good” a ocupar as mentes de cada ouvinte, bem como na violência sonora de “In your room”… “I feel you” veio demonstrar que efectivamente alguém nos sente, ou sentiu na permanência da noite e, após o ruído de palmas, seguiu-se um ruído ainda maior com a percepção de “Enjoy the silence” com lugar para umas distorções, para uns solos, para o público entoar as letras, para o público se preparar para um pavilhão inteiro a repetir os gestos de Dave em “Never let me down again”, clamoroso… com a finalização veio o encore e a “One caress” que embora tenha ficado no esquecimento da audiência, “Stripped” acordou as redondezas Lisboetas, mas não tanto como “Behind the Wheel”, mas não tanto como a “Personal Jesus” que culminou um concerto cuja duração remontou para as duas horas, na que foi possivelmente a maior interacção de cada ouvinte… em seguida, o adeus, a chuva, os copos vazios a preceder os cheios, as impressões de cada um… a reter deste magnifico concerto, evidencio as condições acústicas deficitárias do Pavilhão Atlântico, evidencio a forma extraordinária da banda, evidencio um seguimento extremamente interessante com surpresas inesperadas, uma vez que o alinhamento era conhecido, evidencio a qualidade invejável de uma performance imaculada que muitas bandas ambicionam e poucas conseguem… extremamente recomendável para qualquer apreciador de música…
Comentários
sei que demorou, mas agora sim, estou para ficar hehehehe
Abraço
PS - Já assisti a outros concertos no Atlântico cujo som estava bem pior do que nos Depeche Mode. Até tivemos mais ou menos sorte.
Abraço