Respect.
Public Enemy - It Takes a Nation Of Millions To Hold Us Back '88
Na eterna guerra pela conquista de respeito que o hip hop merece, com muitas batalhas ainda por vencer, especialmente em Portugal, uma nova serie de posts, com alguns dos meus albuns de eleição, muitos deles presença habitual em listas de melhores de sempre, não só de hip hop mas em termos generalistas.
Não consigo começar de outra forma que não seja pelo inicio, pelo primeiro album de hip hop que me marcou, curiosamente o primeiro que comprei (bendito El Corte Ingles de Vigo, em saldos, corria o ano de 90 ou 91, ainda não havia Fnacs aqui pela terra à beira mar plantada...).
Os meus contactos com o hip-hop, constavam apenas de Vanilla Ice ou Mc Hammer, do mais comercial que ha, sem respeito aos codigos do hip hop. Mas algumas sessões de Mtv, tinham recentemente dado a conhcer coisas como Run Dmc, Ll Cool J ou Eric B and Rakim e as coisas mudavam de figura. Mais ainda quando vi o video de 'Fight the Power' de Public Enemy do seu album de '90 'Fear of a Black Planet'. Muita frescura em termos sonicos, uma dupla de Mcs brilhante que à voz mais grave e seria de Chuck D contrapunha a mais aguda e brincalhona de Flavor Flav ( o senhor que ficou famoso pelos gigantes relogios que ostentava no peito com correntes ). Quando os vi na estante do El Corte a preço reduzido, não hesitei, queria saber do que eram capazes. Sorte minha tive o melhor album deles, melhor que a estreia em '87 'Yo! Bumrush the Show' e que a referida continuação em '90.
Em '88 e com 'It Takes a Nation(...)' os Public Enemy criaram um monumento ao hip hop e a diversidade musical, deitando mão a todo o tipo de sonoridades para criar um som que era novo, era deles.
Como se isso não bastasse o discurso era não só ultra-fluido como politico e pensado.Chuck D era e é um activista, dizia e de forma eloquente tudo o que pensava sobre a administração Reagan (um prenuncio do horror que os Bush pai e filho trariam) e de toda a historia recente dos Estados Unidos, com especial relevo para as lutas raciais.
Senão o melhor, pelo menos o mais influente dos albuns de hip hop, continua sempre referenciado pelos mestres do movimento. Temas como 'Bring the Noise' (que foi mais tarde regravado com os Anthrax, numa das primeiras colaborações entre metal e hip hop), 'Don't Believe The Hype', 'Louder Than a Bomb' (que teve direito a uma versão de Tiga, ele mesmo), 'Black Steel in the Hour of Chaos' (esta com versão de Tricky, no seu album de estreia), 'Party for Your Right to Fight' ou 'She Watch Channel Zero' são certamente um retrato dos tempos que se viviam mas tambem são classicos intemporais da musica do seculo XX.
Na contracapa uma citação de Frederick Douglass, orador americano do sec XIX que ajudou na luta pela absolvição da escravatura, que tambem disse ' Without struggle there is no progress', e que espelahava o sentimento de revolta do album e que ainda hoje se mantem actual.(os Public Enemy ainda existem e parecem querer voltar a boa forma depois de um periodo moribundo), rezava da seguinte forma :
'Freedom is a Road Seldom Travelled by the Multitude'
Word.
Public Enemy - It Takes a Nation Of Millions To Hold Us Back '88
Na eterna guerra pela conquista de respeito que o hip hop merece, com muitas batalhas ainda por vencer, especialmente em Portugal, uma nova serie de posts, com alguns dos meus albuns de eleição, muitos deles presença habitual em listas de melhores de sempre, não só de hip hop mas em termos generalistas.
Não consigo começar de outra forma que não seja pelo inicio, pelo primeiro album de hip hop que me marcou, curiosamente o primeiro que comprei (bendito El Corte Ingles de Vigo, em saldos, corria o ano de 90 ou 91, ainda não havia Fnacs aqui pela terra à beira mar plantada...).
Os meus contactos com o hip-hop, constavam apenas de Vanilla Ice ou Mc Hammer, do mais comercial que ha, sem respeito aos codigos do hip hop. Mas algumas sessões de Mtv, tinham recentemente dado a conhcer coisas como Run Dmc, Ll Cool J ou Eric B and Rakim e as coisas mudavam de figura. Mais ainda quando vi o video de 'Fight the Power' de Public Enemy do seu album de '90 'Fear of a Black Planet'. Muita frescura em termos sonicos, uma dupla de Mcs brilhante que à voz mais grave e seria de Chuck D contrapunha a mais aguda e brincalhona de Flavor Flav ( o senhor que ficou famoso pelos gigantes relogios que ostentava no peito com correntes ). Quando os vi na estante do El Corte a preço reduzido, não hesitei, queria saber do que eram capazes. Sorte minha tive o melhor album deles, melhor que a estreia em '87 'Yo! Bumrush the Show' e que a referida continuação em '90.
Em '88 e com 'It Takes a Nation(...)' os Public Enemy criaram um monumento ao hip hop e a diversidade musical, deitando mão a todo o tipo de sonoridades para criar um som que era novo, era deles.
Como se isso não bastasse o discurso era não só ultra-fluido como politico e pensado.Chuck D era e é um activista, dizia e de forma eloquente tudo o que pensava sobre a administração Reagan (um prenuncio do horror que os Bush pai e filho trariam) e de toda a historia recente dos Estados Unidos, com especial relevo para as lutas raciais.
Senão o melhor, pelo menos o mais influente dos albuns de hip hop, continua sempre referenciado pelos mestres do movimento. Temas como 'Bring the Noise' (que foi mais tarde regravado com os Anthrax, numa das primeiras colaborações entre metal e hip hop), 'Don't Believe The Hype', 'Louder Than a Bomb' (que teve direito a uma versão de Tiga, ele mesmo), 'Black Steel in the Hour of Chaos' (esta com versão de Tricky, no seu album de estreia), 'Party for Your Right to Fight' ou 'She Watch Channel Zero' são certamente um retrato dos tempos que se viviam mas tambem são classicos intemporais da musica do seculo XX.
Na contracapa uma citação de Frederick Douglass, orador americano do sec XIX que ajudou na luta pela absolvição da escravatura, que tambem disse ' Without struggle there is no progress', e que espelahava o sentimento de revolta do album e que ainda hoje se mantem actual.(os Public Enemy ainda existem e parecem querer voltar a boa forma depois de um periodo moribundo), rezava da seguinte forma :
'Freedom is a Road Seldom Travelled by the Multitude'
Word.
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