Novamente em formato “duplu” do “fórfór” trago-vos a música do continente Africano que anda a calcorrear a estrada comigo. Falo-vos do fantástico “mc pãozinhos” (conhecido desta forma por quem o acarinha) e do seu único álbum editado - The Dusty Foot Philosopher. No início da semana a Phi tinha-me alertado para o facto de termos subitamente esquecido esse rapazinho de Mogadíscio e através de alguns bons telediscos do “teu tubo” trouxe-o novamente ao leitor de cd’s do “fórfór”. O jovem K’naan (o mesmo que viajante na sua língua materna), abandonou a sua terra natal, quando a crise Somali dos anos 90 se iniciou, refugiando-se nos Estados Unidos e posteriormente no Canadá. Após uma actuação fascinante na festa de aniversário das Nações Unidas, K’naan começou o seu périplo pelo mundo espalhando a mensagem da realidade Somali. Auxiliado por nomes tão díspares como o senegalês N’dour ou o jamaicano Marley (jr.!!) o seu nome tem corrido os quatro cantos do mundo. O fantástico disto tudo é que “pãozinhos”, em pouco mais de um par de anos (e ele ainda só tem 20 anos!!!) já é o mais carismático porta-voz (musical?) do povo Somali.
O segundo álbum a rodar com grande vontade é o The Soul Rebel of African Desert, álbum “retocado” com base no “Amassakoul” (de 2004) do septeto de músicos “tuareg” provenientes do sul do Sahara. Os Tinariwen praticam uma sonoridade difícil de caracterizar mas cheia de blues, instrumentos vocalizados, vozes instrumentadas, guitarras hipnóticas e sentimentos à flor da pele; deixando quem os ouve (especialmente na Europa, particularmente a mim!!!) um pouco longe da mensagem política que pretendem passar. A sua música tensiona antes de tudo ser música de intervenção, alertando para as desigualdades sociais, repressão, exílio, circunstâncias políticas e condições económicas que os condicionaram a optar pela vida nómada.
Ouçam e digam-me o que acham!
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